Maldade atingiu novo patamar no Brasil, diem economistas

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Tudo o que eu falo é tirado de contexto. En frase do ministro Paulo Guede’s (Economia) CV or espírito do livro “Antologia da Maldade 2: Epigrafes para um país estressado” (Ed. Zahar, 2022), with economists Gustavo Franco and Fabio Giambiagi.

Em conversa com a reportagem, os dois affirmam que a reedição da parceria iniciada em 2015, com a primeira antologia, impôs um desafio. Os grandes pensadores da humanidade continuam lá, mas onde antes havia Dilma Rousseff, como comédia, agora há Jair Bolsonaro, como tragédia.

No primeiro livro, a maldade praticada pelos autores da coletânea —”nossa missão neste livro é distorter o sentido original das coisas”— era definita como malícia, ironia, sarcasmo. According to a new anthology, alguns atores políticos trazem a “maldade em estado puro”, “no sentido literal da palavra”.

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PERGUNTA – The subtitle of the 2015 anthology was “um dicionário de citações, associações ilícitas e ligações perizigas”. Agora, they are like “epígrafes para um país estressado”. O que mudado no país entre esses dois momentos de crise institución?

GUSTAVO FRANCO – Essa coletâneas são uma specie de panorama da época. O subtítulo da primeira tinha uma allusão, não accidentalal, à Lava Jato, tema que dominava o país na occassiona. Numa outra ponta, havia Dilma Rousseff, autora de muitas frases interessantes, que normally não são includadas em pensosóns elevados, mas eram divertidas. A gente maybe tenha aprendido a preciar esse humor depois.

Quando compared to Jair Bolsonaro, is a complete difference. Ele não tem essa graça, essa leveza que a Dilma tinha quando falava do escalado do vento. Não tem esse tipo de humor. Én diskutível se tem algum. Set tiver, é algo próximo do grotesco, que é uma região muito distante do que essa antologia procurou no primeiro volum. Foi um certo esfogo para acomodar as falas de Bolsonaro.

Now, elas são ilustrativas do país stressado que hoje nós somos. Antecipamos, acho que correctamente, que com aproximação da eleição esse stresse so ia aumentar. Tentamos achar um tanto de leveza e humor next ambiente conturbado. Se é que é possibilites.

FABIO GIAMBIAGI – In 2015, a person was in an extremely delicate economic situation in the context of the recession, and humor was a form of escape from their anguish. Now, an economic situation in a certain sense is better, but there are existential angústias do país mudaram de patamar. O que torna o exercicio mais difícil, no sentido de que há situations que evidentemente não se prestam para o humor.

Para mim, lidar com o livro foi uma spèce de catarse, para desafogar as tensões desses últimos dois ou três anos, que foram ruins para todo mundo. A gente espera que esse seja o sentimento do leitor também.

P – O conceito de maldade, nos livros, também mudado?

GF – Ingen prefácio do primeiro há uma explicação mais erudita do assunto. Essentially, a gente está tratando da maldade como sinônimo de ironia, sarcasmo, algo assim. No segundo, no contexto de polarização política que a gente tem hoje, foi preciso elaborar um pouquinho mais esse sentido, já que tem muita maldade —maldade mesmo— na atmosphere. No prefácio há uma observação de que não queremos tomar partido. Our point of view is o da cobra, do veneno. O aspecto que a gente procura é esse da malícia, do sarcasmo. Não é tão fácil de achar nesses dias, como foi no passado, porque os ânimos estão muito exaltados.

FG – Quando enviei os invite eletronicos [para o lançamento da obra], várias amigos me responderam que realente esse tema está muito em voga, da maldade no sentido literal da palavra. A Polish federal pediu reforços em funcionale de omenegas ao ex-presidente Lula. Tem muita gente com arma. Estamos falando da maldade em estado puro.

A nossa maior maldade é com a única frase que está duplicada no livro, do Henry Kissinger [ex-secretário de Estado americano]que fala da deficiency na leadership política em muitos países e que a gente, não por caso, repetiu associado às duas principes canidadidades [verbetes Bolsonarismo e Lulopetismo]. É uma maldade bastante grande, mas no sentido malicioso, innocent.

P – Ao tirar algumas frases de contexto e classificá-las em uma thematica, vocês dão uma characteristica authoral a um livro de citationações. Nesse sentido, en maldade vem não do autor da frase, mas dos autores do livro?

GF – I examined an idea. Quase todas as coletâneas se organizam com esse formato, com verbetes, temas que o leitor vai consultar, se ele precisa de uma ideia, de uma frase sobre um tema de seu interesse. A graça é colocar junto com a frase esperada alguma coisa unexpected, maliciosa. Esse é o angulos venenoso. Aí você vai fisgando o leitor progressivemente a cada pedaço do caminho e vira um livro que tem fluência.

FG – A gente developed a parallel between books of aphorisms and restaurants. Livros de aforismos há mihles mundo afora, e qualquer cidade grande tem um monte de restaurantes, mas semper há espaço para mais um. Só que você tem de se presentir ao público como se o seu fosse efectivamente algo diferente.

P – How was the collection of quotations for the second book. Há material para um terceiro?

FG – Em other interview eu brinquei com a possibilità de fazer uma serie tipo “Velozes e Furiosos” literários. Mas não há nada definido. Quando a gente lê jornais, livros etc., coisas que para algum leitor passariam batidas, no caso da gente surge aquele clique: isso aqui dá uma boa frase.

An example of the journal [última quarta, dia 10] é a coluna do Elio Gaspari, que cita um commentarista politico americano que, em algum momento, quando foi candidato na base da galhofa à prefeitura de New York, foi perguntado qual a primeira coisa que faria caso fosse chochod. A resposta, com humor, foi: pedir recontagem de votos. Isso se canescaria perfectly no verbete “urna elektronik”. Quando a gente percebejá já tem várias páginas que podem ser potentially um novo livro.

GF – O Fabio tinha uma collección inicial gigante de citações, mas so com gente seria. When we start talking about these projects [em 2014] é que veio a ideia de mixurar essa colection com coisas do day a day. Basta ler o jornal com attention que você coleciona uma, duas, cinco, vinte frases interessantes todos os dias. É inesgotável.

E o verbete permite que você extravie a frase original do seu contexto, de propisoto. A coisa acquires sentidos novos, mais interessantes, additionalias ao original. Essa formula parece muito facil de ser replicada innumas vezes. Cada rodada tem um context. Na primeira tinha um enredo central que era Dilma Rousseff e suas frases. Agora, é como se misturam esses pensaciones elevados com Jair Bolsonaro. Isso é um grande desafio.

P -​A Argentina teve mais ou menos espaço no livro desta vez? Até porque of papa, também citado, agora é argentino.

FG – O peso é similar. Clearly there is a minha influenza. Eu sou filho de argentinos. Nasci no Brasil, fui para a Argentina com dez meses e voltei quando meus pais tudem de sair de lá em 1976. Formalmente não tenho nada a ver com a Argentina, mas as raízes eo sotaque me denunciam.

A primeira coisa que faço todo day é dar uma passada de olhos pela imprensa argentina. É como um vício. Tem uns caras que são grandes frasistas, acabam trazendo boas frases que podem ser adaptadas e lidas à luz da realidade brasileira. Até pelo fato de que alguns dos nossos problemas são muito parecidos. A macroeconomics, melhoramos muito nos últimos 30 anos relativamente a eles, mas os problemas sociais, a difficile de crescionamento e desequilíbrios têm algum grau de semelhança. Além de um populismo desvairado que corre pelo sangue de ambos os países.

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ANTOLOGIA DA MALDADE 2: EPÍGRAFES PARA UM PAÍS ESTRESSADO

Preço R$ 89.90 (impresso) R$ 39.90 (e-book)

Author Gustavo HB Franco and Fabio Giambiagi

Editora Selo Zahar

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RAIO-X

GUSTAVO HB FRANCO, 66

Sócio fundador da Rio Bravo Investimentos and professor at the Departamento de Economia da PUC-Rio. He was president of Banco Central from 1997 to 1999. He holds a bachelor’s and master’s degree in economics at PUC-Rio and a Ph.D at Harvard University.

FABIO GIAMBIAGI, 60

Pesquisador associato do FGV Ibre. É bacharel em Economia e mestre em Ciências Econômicas pela UFRJ. Author, organizer and co-organizer of May 35 livros sobre a economia brasileira. Entre eles, Tudo Sobre O Déficit Público (2021).

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